Autismo em meninos e meninas: existem diferenças?

Autismo em meninos e meninas: existem diferenças?

  • Grupo Conduzir admin
  • 13 de junho de 2018
  • Autismo

Há extensa literatura mostrando que o diagnóstico de autismo em meninos é muito mais comum do que em meninas. A proporção é de uma menina para cada quatro meninos. O que ainda é alvo de investigação é a razão pela qual isto ocorre.
Alguns pesquisadores já atribuíram isso ao fato de que o cérebro masculino é mais “sistematizador”, havendo maior desenvolvimento na área responsável pelo raciocínio lógico,  e o cérebro feminino é mais “empático”, tendo maior desenvolvimento na área responsável pela linguagem – cerne do transtorno. Mas este fato, por si só, não explica o fenômeno, dada a multicausalidade do TEA.
Há hipóteses que apontam ao cromossomo sexual X: uma vez que os meninos possuem apenas 1 deste cromossomo, e a menina possui 2, as chances são menores de este sexo apresentar os sintomas comportamentais de tal transtorno.

O que isto quer dizer na prática?

Há pesquisas que sugerem que entre as crianças com alto QI verbal, os meninos são substancialmente mais vulneráveis ​​do que as meninas aos déficits sociais-comunicativos. Possuir características cerebrais mais favoráveis ao desenvolvimento da comunicação, pode explicar o porquê as meninas apresentam sintomas mais “amenos”, muitas delas não são sequer diagnosticadas. Em contrapartida, a minoria com diagnóstico apresenta dificuldade global maior do que meninos em geral, uma vez que é preciso ter mais quantidade de fatores genéticos para que as características do transtorno sejam reconhecidas.

E como se observa o fator social?

Há pesquisas demonstrando que meninos com TEA são mais socialmente excluídos do que as meninas. Então até que ponto podemos pensar que a cultura pode favorecer a maior dificuldade no diagnóstico de meninas? É mais “esperado” que meninas sejam mais “tímidas” e falem menos.
Talvez a população feminina seja menos percebida devido ao padrão comportamental esperado em nossa sociedade e devido à já citada facilidade feminina em sobrepujar as dificuldades centrais do transtorno.
Ainda estamos distantes de entender a causa do Autismo, que dirá as diferenças de suas manifestações dentre os sexos. No entanto o fundamental é compreender cada indivíduo com o transtorno como único, para prover inclusão e terapia apropriada às suas necessidades.

 

Referências Bibliográficas:

 

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