Desenvolvimento Infantil – devemos esperar o tempo de cada criança?

Desenvolvimento Infantil – devemos esperar o tempo de cada criança?

  • Grupo Conduzir admin
  • 18 de maio de 2017
  • Blog

Ter conhecimento sobre os marcos de desenvolvimento infantil certamente é um início e tanto. Mas pais são pais. Ainda que seu conhecimento sobre desenvolvimento infantil esteja além do senso comum, não verão seu filho de forma neutra ou imparcial. Além disso, ouvimos que devemos evitar comparar uma criança com outras. E então dá-se o dilema: ainda que os pais percebam alguns sinais de que algo está diferente do que deveria, passam a questionar seus próprios questionamentos.

O caminho habitual para as famílias, ao perceber qualquer sinal de que o filho precisa de ajuda com sua saúde, é levá-lo a um pediatra, preferencialmente àquele que já conheça a criança. Raramente esta criança seria diretamente levada a um nefrologista, hematologista ou psiquiatra, cabendo ao pediatra o devido encaminhamento.

Aprovação da lei que obriga o SUS avaliar riscos de desenvolvimento infantil

Nesse contexto, recebemos uma notícia valiosa recentemente: a aprovação da Lei nº 13.438 (de 26 de abril de 2017). Esta lei tornou obrigatório ao Sistema Único de Saúde (SUS), o uso para todas as crianças até seus 18 meses, de protocolo para avaliar riscos para o desenvolvimento psíquico das mesmas.

E se forem detectados riscos no desenvolvimento infantil?

O primeiro passo será o encaminhamento para profissional especializado, ou seja, para um psiquiatra infantil. Será indicado então outro caminho, não aquele rotineiro e conhecido pelos pais, mas o que permitirá a essa família entender melhor os próximos passos. Cabe aqui uma ressalva sobre uma ideia comum, infelizmente também propagada por vezes pelos que poderiam dar direções mais certeiras: o “tempo de cada criança”.
Tal expressão é usada para justificar as diferenças no desenvolvimento infantil, entretanto, acaba por adiar as soluções. Esperar enquanto se pode agir e prevenir ou minimizar perdas? Embora não sejam situações desejadas, não esperaríamos para diagnosticar e tratar diabetes, doenças cardíacas, problemas ortopédicos… Por que esperar para agir sobre o desenvolvimento neuropsicológico?
Um possível diagnóstico não encerra em si, mas serve para ajudar a guiar condutas e assegurar direitos. Cada indivíduo deve ser considerado em sua singularidade e totalidade, inclusive em suas diferenças. Quanto antes soubermos para e por onde ir, melhor será a jornada.

 

Referência: LEI Nº 13.438, DE 26 DE ABRIL DE 2017
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13438.htm

 

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.