A escola ideal para a criança com autismo

A escola ideal para a criança com autismo

  • Grupo Conduzir admin
  • 27 de junho de 2017
  • Autismo

Os pais ou cuidadores de crianças com autismo buscam sempre  a escola ideal para a criança com autismo com o objetivo de promover o desenvolvimento mais adequado de seus filhos. Mas a questão, é: existe, de fato, uma escola ideal? Para isso, discutiremos pontos relevantes a serem considerados no momento dessa escolha.

Não existe uma escola ideal!

É isso mesmo, não existe uma escola perfeita para crianças com autismo. Portanto, a busca por uma escola sem erros é ilusória. Algumas famílias podem, sim, relatar suas positivas experiências nesta busca, porém, mesmo essa escola “perfeita” para determinada criança pode não ser perfeita para a sua criança e vice-versa. O que acontece é que cada um dos indivíduos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) possui características únicas que fazem com que o ambiente escolar precise sempre se adaptar e readaptar de acordo com suas necessidades e dificuldades. Por isso, a escola ideal para a criança com autismo é aquela aberta para receber, aceitar e praticar as reformulações necessárias para que a inclusão ocorra de fato.

Confira o vídeo que fala sobre a escola ideal para crianças com autismo

A Supervisora do Grupo Conduzir, Giovana Vasconcelos, explica no vídeo abaixo os principais pontos dessa discussão.
[https://youtu.be/OJBtSpuvd3M]

A inclusão no papel

As propostas de inclusão no currículo das escolas são de fato muito bem elaboradas. Infelizmente, é comum nos depararmos com ótimos planejamentos que trazem a esperança de uma inclusão efetiva, porém, que na prática não ocorrem. A palavra inclusão, segundo o dicionário da Língua Portuguesa, significa “Integração absoluta de pessoas que possuem necessidades especiais ou específicas numa sociedade.”. A integração absoluta se dá quando existem reformulações na estrutura ou conteúdo do que será demandado ao indivíduo de acordo com suas necessidades para que o mesmo acompanhe o grupo e/ou comunidade que faz parte. Portanto, um modelo de inclusão “engessado” ou padronizado no papel – mesmo este exista “tradicionalmente” e “há anos” – não é o modelo ideal de escola inclusiva.

A escola ideal para a criança com autismo é aquela que possui um modelo de inclusão maleável e aberto a sugestão dos profissionais que atendem a criança.

Como a escola pode atrapalhar

É de extrema importância que ambos os lados (escola e terapeutas) estejam abertos a alinhar procedimentos para que o aproveitamento e rendimento do aluno assistido seja o melhor possível. A receptividade para alinhamento do tratamento é peça chave para sucesso da intervenção, uma vez que a escola ocupa maior parte do tempo da rotina do individuo. Acrescento: mais importante do que somente a receptividade em, é fundamental a prática do que é passado e estabelecido junto aos profissionais especializados. Uma vez que são determinadas novas metas em prol da criança, o não cumprimento dos treinos implica em falta de comprometimento, respeito e ética com a criança e família. Vale lembrar que o tratamento mais indicado para crianças no espectro autista é a terapia ABA (falamos sobre isso aqui).
Portanto, ABA deve ser o “carro chefe” de toda intervenção, determinando quais os passos mais importantes para a evolução das habilidades e, por isso, contempla decisões que devem ser seguidas em todos os contextos em que a criança está inserida, inclusive o contexto escolar. Caso não haja comunicação ou resistência de um dos lados, o desenvolvimento do aluno pode e vai ficar limitado.

Como a escola pode contribuir com a intervenção

A escola não precisa ter em seu currículo metas especificas de Análise do Comportamento Aplicada, ou quem sabe, um padrão especifico para ser considerada “boa ou ruim”. O que determinará o melhor local para seu filho estudar é o comprometimento dos profissionais e o olhar sensível para as dificuldades da criança. Não há receita de bolo. Há profissionais éticos que querem fazer a diferença propondo materiais ou conteúdos que incluam a criança ao grupo; elaborando materiais em dia e com antecedência; aceitando e colocando em prática o que é estabelecido como meta pela equipe de terapeutas. Profissionais que propõem metas e discutem as principais necessidades, se mostrando atento a criança. Profissionais que querem incluir por amor, e não por status.

 

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.