Folhas de registros e terapia ABA. Precisa mesmo anotar tudo?

Folhas de registros e terapia ABA. Precisa mesmo anotar tudo?

  • Grupo Conduzir admin
  • 13 de março de 2018
  • Autismo

Não há como falar sobre terapia ABA sem falar sobre folhas de registros. Caso você tenha um mínimo contato ou já pesquisou a respeito da prática da intervenção, certamente leu e questionou-se sobre a necessidade de tantas anotações.
O que acontece é que os registros fazem parte do processo terapêutico. É através deles que a equipe especializada mantém um controle a respeito das metas e procedimentos, seguindo o protocolo tomado como base –  o que permite avaliar e discriminar o que está sendo funcional e realmente sendo aprendido.
Considerando que a terapia ABA se trata de algo individualizado de acordo com as necessidades de cada criança, a melhor maneira de se acompanhar as evoluções de maneira fidedigna é através dos registros.

Como organizar os registros?

Todo indivíduo que faz acompanhamento ABA possui uma pasta com diversas folhas especificas para cada programa. Este material deve ser organizado pelo terapeuta responsável e acompanhado pelos pais, tendo em vista que as anotações trazem todo o detalhamento do ritmo de desenvolvimento do seu filho.
É dever do aplicador ABA saber manusear, organizar e registrar os programas de maneira fiel e ética. Além disso, o profissional deve orientar a família a como utilizar determinadas folhas para explicitar alguns comportamentos que ocorrem principalmente na presença dos pais ou, em alguma situação que os aplicadores e supervisores não tenham acesso. As informações e registros sistemáticos são inevitáveis e importantíssimos para que o profissional especializado tome decisões acertadas.

“Mas, ele melhorou?”

Ao se questionar a respeito de determinadas habilidades, alguns profissionais se limitam a responder: “Ah, ele melhorou sim! Mas, às vezes não faz isso…no geral, está tudo bem!” ou “acho que não consegue fazer isso, só um dia deu certo!”. Feedbacks como estes não são suficientes para nos responder o quanto a criança está realmente evoluindo.
A terapia ABA é uma ciência, e com isso precisa de dados quantitativos para responder ou traçar objetivos a nível de habilidades. O monitoramento do progresso permite que a tomada de decisões seja exata e sem incertezas. Então, em que nível de habilidade a criança está e para onde está indo? Quantas respostas faltam para atingir a próxima meta? Quantas vezes tal programa foi realmente testado? Em que condições determinados comportamentos ocorrem mais? As respostas destes questionamentos estarão nas folhas de registro. Portanto, que fique claro: sem registros NÃO há terapia ABA.

 

Referências Bibliográficas:

  • Slocum, T. A., Detrich, R., Wilczynski, S. M., Spencer, T. D., Lewis, T., & Wolfe, K. (2014). The Evidence-Based Practice of Applied Behavior Analysis. The Behavior Analyst37(1), 41–56. http://doi.org/10.1007/s40614-014-0005-2

 

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.