Análise do Comportamento Aplicada (ABA)

A Análise do Comportamento Aplicada, do inglês Applied Behavior Analysis, mais conhecida como Terapia ABA, é uma ciência cujas intervenções vêm dos princípios do comportamento e possui o objetivo de aprimorar comportamentos socialmente relevantes, ou seja, é o ensino de habilidades que fazem diferença na vida dos indivíduos de uma sociedade para que, assim, eles sejam capazes de acessar itens, atividades e ambientes que promovam o seu bem-estar, sua independência e que os tornem capazes de integrarem grupos sociais importantes.

Essa área de investigação científica possui mais de 70 anos e vem produzindo tecnologias capazes de promover o ensino de habilidades a diferentes populações.

ABA no Transtorno do Espectro Autista (TEA)

  • Especificamente aplicada no Transtorno do Espectro Autista, as intervenções eficazes em diminuir déficits comportamentais estão sendo documentadas em centenas de estudos revisados por pares e publicados nos últimos 50 anos. Esse fato tornou a Ciência ABA padrão de atendimento para as intervenções do TEA;
  • Nesse contexto, uma intervenção em ABA é um conjunto de tecnologias que devem ser utilizadas para compor uma intervenção individualizada, com revisões constantes para acompanhar e garantir os objetivos;
  • Além disso, a intervenção envolve um ensino mais ou menos estruturado, dependendo das necessidades da pessoa com TEA, e com o objetivo de desenvolver as habilidades apresentadas na Avaliação Comportamental, que delimitou os comportamentos que devem ser diminuídos (usualmente excessos comportamentais que não contribuem com a aquisição de outras habilidades) e, ao mesmo tempo, comportamentos que devem ser ensinados.

Importante: o estabelecimento de metas comportamentais considera as coisas que são importantes para a pessoa com TEA e/ou sua família ou responsável.

As intervenções da Análise do Comportamento Aplicada possibilitam maximizar o potencial de cada indivíduo, sempre respeitando e considerando suas necessidades e singularidades, identificando, de maneira eficiente, como ensinar e o que ensinar.

A mudança de comportamento é feita de maneira planejada e individualizada.

As estratégias de intervenção são definidas com base nas tecnologias encontradas e produzidas nas pesquisas, por isso, os resultados são fundamentados cientificamente.

Dentre as pesquisas, destaca-se o grande número de estudos com populações que apresentam desenvolvimento atípico, principalmente para aquelas com diagnóstico ou características de déficits comportamentais do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Assim, cabe lembrar que a eficácia da ABA também foi demonstrada no manejo dos sintomas de várias condições, incluindo comportamento destrutivo grave, distúrbios alimentares, lesão cerebral, entre outros

Pontos fundamentais que caracterizam uma intervenção em ABA

A intervenção em ABA não deve ser restrita a locais ou formatos específicos, mas em locais ou formatos que irão maximizar os resultados da intervenção para cada pessoa;
Realização prévia de uma Avaliação Comportamental que descreva níveis específicos de comportamento e forneça informações para estabelecer as metas das terapias;
Realização de coleta, quantificação e análises de dados do comportamento durante as terapias e acompanhamento para melhorar e manter o progresso em direção às metas;
A implementação de protocolos de forma consistente;
Análise do comportamento sob a perspectiva de sua função (condições ambientais que mantêm o comportamento);
Treinamento de pais, professores e outros profissionais envolvidos na vida da pessoa com TEA;
Supervisão coerente com o número de horas de intervenção realizadas e de forma constante.

Quantidade de horas na intervenção ABA

  • Intervenção focada ou pontual (10-25 horas de terapia semanal ou superior, se necessário): esta é usada quando o objetivo é desenvolver habilidades e/ou diminuir comportamentos específicos.
  • Intervenção abrangente (30-40 horas de terapia semanal): quando o objetivo é desenvolver habilidades e diminuir comportamentos em diversas áreas quando, por exemplo, uma pessoa com TEA tem um diagnóstico precoce e déficits significativos em habilidades comunicativas, sociais e adaptativas ou quando comportamentos muito severos já estão instalados em indivíduos com idade mais avançada, como auto-injúria ou agressão.

Por que a Terapia ABA?

Pesquisas mostram que a Análise do Comportamento Aplicada é a forma de intervenção mais bem-sucedida para pessoas com desenvolvimento atípico;

Resumindo, a ABA é a aplicação de uma ciência e não de um método ou técnica. Dessa forma, seus resultados são baseados em evidências científicas e dados de estudos;

Diferentes estudos têm mostrado a eficácia da terapia em diversas crianças que passaram pelas intervenções ABA de modo intensivo, conseguindo, portanto, uma melhora considerável.