Autismo: o que é, quais os sinais e como diagnosticar?
- Grupo Conduzir

- 17 de abr.
- 5 min de leitura

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) era, até poucos anos atrás, um tema pouco abordado e compreendido pela sociedade. No entanto, com o aumento da conscientização e das pesquisas sobre o autismo, já é possível entender melhor seus sinais e sua alta prevalência na população.
Atualmente, sabemos que 1 em cada 36 crianças apresenta autismo, conforme dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos, o que equivale a 2,8% da população norte-americana. Considerando dados similares, no Brasil teríamos aproximadamente 5,95 milhões de pessoas autistas.
Diante disso, é fundamental reconhecer os sinais do autismo e entender como o diagnóstico pode abrir as portas para um novo universo. Após a identificação do TEA, é possível iniciar intervenções que promovam maior qualidade de vida e incentivem a autonomia das pessoas no espectro.
Neste artigo, vamos explicar o que é o autismo, os sinais que devem ser observados e os passos para obter o diagnóstico, além das possibilidades de apoio e intervenções após essa etapa. Continue a leitura e confira!
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta o comportamento, a interação social e a comunicação, geralmente manifestando-se nos primeiros anos de vida. Dessa forma, o autismo pode trazer desafios significativos nas interações sociais, como compreender normas sociais implícitas, iniciar ou manter uma conversa e adaptar-se a diferentes contextos sociais.
Essas dificuldades não significam falta de interesse pelas pessoas, mas sim uma forma diferente de perceber e processar as interações, o que pode impactar a construção e manutenção de vínculos ao longo da vida.
Por outro lado, as pessoas com TEA frequentemente enfrentam dificuldades persistentes em se comunicar, o que impacta suas interações em diferentes contextos. Por exemplo, manter uma conversa natural, demonstrar interesse por assuntos sociais e expressar afeto de maneira espontânea pode ser um desafio para autistas. Além disso, comportamentos não verbais, como o contato visual e a linguagem corporal, costumam ser menos desenvolvidos, o que dificulta a interpretação de gestos e expressões, tornando a socialização um processo desafiador e, muitas vezes, frustrante.
De maneira similar, o TEA também se caracteriza por padrões de comportamento restritos e repetitivos. Isso significa que muitos indivíduos podem apresentar movimentos repetitivos, apego a rotinas rígidas e interesses muito específicos. No entanto, é preciso entender que cada autista é único e que essas manifestações variam de pessoa para pessoa, reforçando a necessidade de estratégias individuais para apoiar cada indivíduo.
Quais são os sinais do autismo?
Os primeiros sinais de autismo geralmente aparecem antes dos 36 meses de idade, sendo que, em muitos casos, esses sinais podem ser percebidos já entre 6 e 12 meses. Por exemplo, a falta de contato visual, a ausência de sorrisos sociais, a dificuldade em responder ao nome e o desinteresse por interações sociais são indícios que podem indicar a presença do autismo.
Além disso, atrasos nos marcos do desenvolvimento motor e social também podem ser observados em autistas. À medida que a criança cresce, especialmente durante a infância, os sinais tornam-se mais evidentes. Comportamentos atípicos, como o flapping das mãos, a fixação em padrões ou objetos específicos, e a hipersensibilidade ou hipoatividade sensorial, podem ser comuns.
Esses comportamentos, junto com dificuldades na comunicação não verbal, como a interpretação de expressões faciais e linguagem corporal, indicam a necessidade de uma avaliação mais aprofundada.
Mesmo que cada pessoa autista seja única, existem padrões comuns que facilitam a identificação do transtorno e compreendê-los é fundamental. Assim, é possível realizar um diagnóstico precoce e a implementação de intervenções assertivas, que favorecem o desenvolvimento da criança.
Nos adultos, os sinais de autismo podem se apresentar de formas muito diferentes. Em alguns, são sutis e passam despercebidos por anos, em outros, são mais evidentes e afetam diretamente a vida social e profissional. Quando não reconhecidos, esses sinais podem gerar frustrações constantes, bem como a sensação de não pertencimento, dificuldades de relacionamento e até desencadear transtornos como ansiedade e depressão.
Por isso, para muitas pessoas, o diagnóstico na vida adulta é um divisor de águas, capaz de trazer respostas, promover o autoconhecimento e abrir caminhos para uma maior qualidade de vida.
Como diagnosticar o autismo?
Para o diagnóstico do autismo, é essencial observar atentamente os sinais de comportamento desde os primeiros anos de vida. Esteja atento aos marcos do desenvolvimento infantil, como atrasos na fala, dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos. Se você notar essas características, é importante buscar uma avaliação. Lembre-se: quanto mais cedo, melhor!
Depois de identificar os sinais, consulte um especialista, como um neurologista ou psiquiatra. Agende uma consulta e leve suas anotações e observações detalhadas. Se possível, grave vídeos de momentos relevantes para compartilhar com o profissional e enriquecer a avaliação.
Durante a consulta, compartilhe todas suas observações de forma clara. Descreva os sinais e comportamentos que você identificou, pois isso ajudará o especialista a entender melhor o quadro da criança. Assim, ele poderá solicitar os testes mais adequados para um diagnóstico preciso.
Além disso, solicite uma avaliação neuropsicopedagógica. Essa avaliação é uma ferramenta completa que analisa o desenvolvimento infantil, as habilidades sociais e as funções executivas. Com esse mapeamento, será possível entender os desafios que a criança enfrenta e propor intervenções que visam melhorar sua qualidade de vida. Muitos profissionais de saúde indicam essa etapa para complementar o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Após os testes e avaliações, você terá em mãos todas as informações necessárias para que o especialista conclua o diagnóstico. Em seguida, solicite um laudo detalhado, com recomendações de tratamento e a carga horária ideal das terapias indicadas.
O diagnóstico em adultos
O processo para o diagnóstico de autismo em adultos é, em muitos aspectos, semelhante ao realizado em crianças. Ele deve ser conduzido por profissionais especializados, como neurologistas ou psiquiatras. Durante a avaliação, o especialista vai investigar a sua rotina, entender as dificuldades enfrentadas no dia a dia — como interações sociais, organização, comunicação ou sensibilidade a estímulos — e levantar o histórico de vida.
A partir dessas informações e da aplicação de testes específicos, é possível chegar a um diagnóstico preciso. Com isso, o profissional pode elaborar um laudo completo, com orientações personalizadas e, se necessário, encaminhamentos para terapias que contribuam para uma vida mais equilibrada e saudável.
O que fazer após o diagnóstico de autismo?
Após o diagnóstico do autismo, iniciar uma intervenção precoce é muito importante para promover o desenvolvimento e o bem-estar da criança. Essa fase é fundamental, pois as estratégias terapêuticas implementadas não apenas facilitam o aprendizado, mas também ajudam a escola, a criança e a família a se adaptarem a esse novo universo. Com a intervenção adequada, a criança pode desenvolver habilidades essenciais, melhorando sua qualidade de vida e autonomia.
Dentre as práticas terapêuticas, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) se destaca como uma das mais indicadas para o autismo. Afinal, a ABA oferece uma metodologia estruturada, focando no desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas e comportamentais de forma eficaz. Como cada autista é único, as terapias precisam ser adaptadas às suas necessidades individuais. Por essa razão, uma equipe interdisciplinar composta por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais é essencial para garantir um acompanhamento integrado.
Receber um diagnóstico pode ser um momento de grande impacto para as famílias, e é natural que as emoções sejam intensas. Por isso, compreender o diagnóstico é o primeiro passo para oferecer o suporte adequado à criança.
Adultos autistas também se beneficiam de intervenções personalizadas. O diagnóstico não significa que "não há mais o que fazer". Pelo contrário: ele abre portas para estratégias que promovem autonomia, qualidade de vida e bem-estar emocional.
No Grupo Conduzir, contamos com um setor especializado em jovens e adultos, que oferece atendimentos focados nas necessidades dessa fase da vida, como desenvolvimento de habilidades sociais, regulação emocional, organização da rotina e preparação para o mercado de trabalho.
O suporte certo faz toda a diferença, em qualquer idade.
Referência no atendimento ao TEA, o Grupo Conduzir oferece serviços completos e especializados com base na Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Se você está em busca de uma terapia eficaz e personalizada para apoiar o desenvolvimento de habilidades de pessoas autistas, entre em contato com a nossa equipe pelo link
